Primeira vez
Naquele dia estava suando frio, meu coração batia aceleradamente, minhas mãos tremiam. Mas não sabia qual era o motivo.
Fiquei horas e horas pensando e me perguntando o porquê daquele comportamento. O tempo corria e a angústia aumentava. A minha companhia era um livro, apenas um livro. A cada página virada era uma alegria, mas também uma tristeza: saber que a minha companhia estava terminando.
Às vezes parava um pouco a leitura, olhava as prateleiras e não via nada. O ambiente estava cinzento, e o tempo, parece contraditório, transcorria lenta e rapidamente. Lia o livro com bastante rapidez, mesmo sabendo que o meu coração pedia mais lentidão. Um paradoxo.
Em meio a toda essa confusão, descobri o motivo da minha melancolia: era uma pessoa sem o hábito da leitura, não tinha livros na prateleira. E agora que me descobrira uma leitora, não podia aceitar a solidão. Era necessário prolongar o prazer; mas, pela inexperiência da primeira vez, era afoita e queria alcançar o clímax rapidamente.
Terminei a leitura e neste momento a alegria me virou as costas. Mas ainda restava a esperança de lhe ligar no dia seguinte: comprar mais livros.
quarta-feira, agosto 01, 2007
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